Dignitas infinita, um documento desafiador
- Mayara Silva Costa Lico

- 21 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 26 de jul. de 2024

Dignitas infinita é a nova Declaração do Dicastério para a Doutrina da Fé, "provavelmente a síntese mais completa" do ensinamento da Igreja sobre a dignidade humana, conforme entrevista concedida ao Vatican News pelo cardeal Wilton Gregory, arcebispo de Washington.
Interpelado sobre as questões levantadas pelo documento, o Cardeal reconheceu que são temas "candentes", porém o documento como um todo "não se trata de uma questão específica" e se refere à pessoa humana e sua dignidade, que Deus dá quando nos cria e que nunca se perde.
Para o Prelado, a Declaração é "humilde em seu contexto, mas também profundamente radicada nos ensinamentos morais e antropológicos da Igreja católica".
Portanto, essa declaração será um "desafio" para as pessoas, que provavelmente encontrarão algo com que vão concordar e algo que os fará pensar. Usando o exemplo da pena de morte, o Cardeal observa que a Igreja "tem reforçado consistentemente sua oposição à pena capital", indo em direção à posição de que ela nunca é realmente justificada. "E para um certo número de pessoas, isso será um problema", reflete o purpurado, ressaltando que a Dignitas infinita insiste que mesmo as pessoas que cometeram crimes hediondos "não perderam a dignidade que tinham desde o dia em que foram concebidas".
O cardeal Gregory também aponta uma série de questões de importância fundamental para sua arquidiocese, particularmente em relação aos indivíduos preocupados com sua identidade de gênero: "O documento reconhece sua dignidade humana, mas os convida a aceitar e perceber o fato de que Deus lhes deu a dignidade de uma identidade quando os criou". Outra questão a ser abordada é a da "dignidade de nossa comunidade de migrantes". Às vezes, observa ele, os migrantes "são difamados" por aqueles que têm posições muito fortes sobre a imigração, enquanto, ao mesmo tempo, são levantadas questões sobre como "admitir e respeitar as pessoas que chegam às nossas fronteiras em busca de um futuro melhor", o mesmo que os antepassados dos atuais residentes da América buscaram quando chegaram ao continente.
Finalizando, o Cardeal Gregory chama o documento do Dicastério para a Doutrina da Fé de "texto muito equilibrado e uma maneira muito equilibrada de olhar para toda a gama de questões" que nos remetem à pergunta: "Como podemos respeitar melhor a dignidade humana em cada momento de sua existência?"
Fonte: Vatican News de 08/04/2024




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