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O que são Novas Comunidades?

  • Foto do escritor: Mayara Silva Costa Lico
    Mayara Silva Costa Lico
  • 21 de mai. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 26 de jul. de 2024

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A Comunidade Obra Nova é uma Nova Comunidade?


As Novas Comunidades são agregações eclesiais, que nascem da necessidade das pessoas de viverem mais intensamente a sua consagração batismal na Igreja, em relações de reciprocidade e complementaridade umas com as outras, com uma vivência comum e próxima, assumindo a mesma missão evangelizadora, sob a pedagogia de um carisma originário específico dado pelo Espírito Santo a um fundador e livremente participado por todos.


Após uma experiência concreta de encontro com a pessoa de Jesus Cristo, intensificam-se, nos membros das Novas Comunidades, o culto, a formação e o aprofundamento da fé, a oração, a missão e a caridade fraterna, em comunhão com os pastores, de modo que se unem as dimensões carismática e hierárquica da Igreja, essenciais e complementares no serviço eclesial.


Trata-se de uma nova forma de manifestação eclesial, neste tempo do Espírito Santo, que é o tempo da Igreja desde a ascensão de Jesus Cristo.


As primeiras Novas Comunidades surgiram já nas décadas de 1940 e 1950, mas o Concílio Vaticano II estimulou muito o seu florescimento, ao lado dos modos tradicionais de organização da Igreja Católica, por ter optado por uma eclesiologia de comunhão, que se espelha na relação entre as pessoas da Trindade Santa, e também por uma Igreja entendida como mistério e dom, na qual se acentua a vocação dos leigos para o apostolado. Proliferaram as NC a partir do final da década de 1960, no contexto do forte reconhecimento da importância da participação do laicato na missão da Igreja, que visualiza o povo de Deus como um povo em unidade e igualdade enraizadas no batismo, antes de olhar para as funções que cada pessoa assuma nas instituições.


As Novas Comunidades, pouco a pouco, vão trazendo novo fôlego à ação evangelizadora. É o caso da Canção Nova, da Comunidade Shalom e tantas outras, sejam brasileiras ou internacionais.


Como são uma realidade relativamente recente na Igreja, ainda não foram suficientemente estudadas teologicamente. Porém é certo que têm uma origem carismática. O Espírito Santo suscita novos movimentos desde Pentecostes, como uma forma especial de seguimento de Cristo, sempre que se faz necessário, como ocorreu com São Bento, São Francisco, São Domingos, Santo Inácio de Loyola, Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz, Santa Teresinha de Lisieux e outros. Depois que João XXIII pediu uma nova primavera para a Igreja, a resposta foi a Renovação Carismática, com suas várias modalidades, entre as quais as Novas Comunidades.


Embora ainda não tenha ocorrido um enquadramento canônico próprio, as NC são associações privadas de fiéis, previstas no cânone 298 do Código de Direito Canônico, fundamentadas no direito associativo dos cristãos.


No que diz respeito à missão as NC, apresentam-se como instrumentos de encontro pessoal com Jesus Cristo, realizado primeiro no fundador pelo Espírito Santo, conduzindo ao testemunho convincente da força da graça de Deus, capaz de transformar a pessoa humana. Na sua relação com as paróquias, deve haver uma reciprocidade, uma vivência da comunhão, sem afastamento do carisma originário, mas aportando todos os seus frutos à atividade de evangelização comum, na concepção da conversão pastoral da paróquia para uma comunidade de comunidades, abordada no Documento de Santo Domingo e repetida no de Aparecida. Precisam ser acolhidas como células vivas da Igreja e como uma de suas formas, contemporâneas e não excludentes, de autorrealização, submetendo-se sempre aos pastores da Igreja.


É pertinente lembrar, neste passo, o que diz João Paulo II na encíclica Redemptoris Missio:

Quando se inserem humildemente na vida das Igrejas locais e são acolhidos cordialmente por Bispos e sacerdotes, nas estruturas diocesanas e paroquiais, os Movimentos (e as Novas Comunidades) representam um verdadeiro dom de Deus para a nova evangelização e para a actividade missionária propriamente dita (RM, n. 72).


Trata-se, portanto, de um novo jeito de viver a fé cristã de forma comunitária, que depende de uma renovada experiência de Deus, capaz de provocar a conversão pessoal e pastoral.. As NC tornam-se fermento de uma nova cultura entre os membros da Igreja, a cultura de comunhão, ao invés da cultura da relação individual com Deus. Nessa nova cultura, o pensar e o fazer não são possessivos, mas receptivos e acolhedores, modelados em Maria, revigorando a percepção de todos os homens como filhos de Deus, testemunhando um Deus que veio habitar com os homens, CONVIVER.


A Comunidade Obra Nova, “Fogo que acende outros fogos”, é, portanto, uma Nova Comunidade.


Documentos da Igreja importantes para as Novas Comunidades:

Apostolicam Actuositatem do CVII

Encíclica Redemptoris Missio

Exortação Apostólica Christifideles Laici

Documento de Aparecida

CNBB, no Subsídio Doutrinal n. 3

CNBB, Documento 100

CNBB, Documento 104

Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil: 2015 (DGAE, n. 58)

 
 
 

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